9 de setembro de 2011

"Fantasmas do Século XX", Joe Hill

Edição: 1
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788599296295
Ano: 2009
Páginas: 288
Tradutor: Fernanda Abreu
     "Joe Hill é uma das vozes mais firmes e seguras da nova ficção de terror e fantasia surgidas nos últimos anos.” - Publishers Weekly
      Fantasmas do século XX é muito mais do que um livro – é uma experiência sensorial assustadora e atraente.
Considerado o novo mestre do horror, Joe Hill apresenta 17 contos que passeiam por todas as vertentes da literatura de terror: do sobrenatural ao suspense, do thriller à fantasia.
      Com um texto ágil, ácido, repleto de referências culturais, este livro tem o poder de suscitar sentimentos opostos, fazendo com que o leitor fique ao mesmo tempo aterrorizado com o rumo da história e empolgado com o ritmo da narrativa.
      Em cada conto, por meio da trajetória de cada personagem – um adorável menino inflável; o filho de Van Helsing; um garoto seqüestrado que recebe ligações de um morto; um editor que se vê dentro de um conto de terror; um dono de cinema que se apaixona por um fantasma –, Hill dá vida aos nossos piores pesadelos, nos levando a refletir sobre as atrocidades de que o ser humano é capaz.
Profundos, sensíveis e perturbadores, os contos reunidos nesta coletânea permanecem vivos na mente do leitor até muito tempo depois de ele fechar o livro.




     Quando peguei esse livro para ler, confesso que esperei muito do Joe, pois já li e fiz resenha do livro O Pacto dele aqui no blog e gostei muito, de começo quero dizer que me decepcionei um pouco com o livro, mas como o Fantasmas do Século XX é anterior ao Pacto, talvez isso mostre um pouco de como os escritores vão amadurecendo e seus livros ficando melhores.
     O livro contem 15 contos dos mais diversos gêneros, nem todos são terror ou suspense, alguns nem sei qual seria a classificação, alguns são ótimos, não posso negar, mas a maior parte do livro achei estranha, a sensação que temos enquanto lemos é como se entrássemos no meio de uma sessão de cinema e saíssemos antes do final.
     Muitos dos personagens dos contos são pouco elaborados, vazios e os finais não são abertos (o que muito me agrada) são escancarados em muitos deles, não chega a dar a sensação de formigamento na barriga para saber o que aconteceu e sim uma revolta e a pergunta que não sai da cabeça “e ai?”.
     O livro contem 15 contos que são:
  • O melhor do novo horror
  • Fantasmas do século XX
  • Pop Art
  • Vocês irão ouvir o canto do gafanhoto
  • Os meninos de Abraham
  • Melhor do que lá em casa
  • O telefone preto
  • Encurralado
  • A capa
  • Último suspiro
  • Madeira Morta
  • O desjejum da viúva
  • Bobby Conroy volta dos mortos
  • A máscara do meu pai
  • Internação voluntária
     No fundo, posso estar sendo meio cruel na avaliação do livro por não ter gostado de alguns contos, O melhor do novo horror é muito interessante e com um final que dá o formigamento.
     Fantasmas do Século XX tem começo meio e fim e é uma história muito intrigante, chegando a ser até um pouco romântica.
     Pop Art  e Melhor do que lá em casa são histórias tão sem pé nem cabeça, talvez elas tentem passar alguma mensagem profunda de ensinamento que não foi capitada por mim, porque eu não entendi a intenção desses contos.
     Vocês irão ouvir o canto do gafanhoto foi uma tentativa frustrada de reescreve A Metamorfose do Franz Kafka, ficou fraca e sem comparação ao original.
     Os meninos de Abraham é um daqueles que quando chega ao ápice da história acontece uma coisa inesperada e FIM, nenhuma explicação do depois que seria muito necessária para o conto.
     O telefone preto é bem interessante, mas uma coisa incomoda profundamente nele, tudo que uma pessoa faz geralmente existe algum motivo, o qual não é explicado.
     Encurralado deixa uma dúvida no ar sobre o final, mesmo o final sendo aberto não deixa aquela revolta, ficamos empolgados e ele acaba, mas o conto não sai da cabeça e milhões de perguntas nos atormentam sobre o que pode ter acontecido.
     A capa eu considero mais como um romance do que qualquer outra coisa, é uma história doce e muito bem elaborada.
     Último suspiro tem o final, mas o que incomoda é o meio, não fica bem claro o que aconteceu exatamente para se chegar naquela situação, para alguns pode ser interessante a pergunta sobre esse conto, mas eu senti um vazio imenso na história dele.
     Madeira morta, acho que consegue ser tão bizarra quando Pop Art e Melhor do que lá em casa, mas como é um conto de duas páginas, acho melhor dar um desconto, pelo pouco que deu para entender também é um história de amor e a sensação de vazio e coisas que surgem do nada em nossa vida, mas poderia ser muito mais elaborado, duas páginas foi muito pouco para ele.
     O desjejum da viúva chega a ser bom e deixa um pouco de perguntas a serem respondidas, mas o suspense não conseguiu prender muito, ainda mais o final, não dá muito frio na barriga o fechamento dele.
     Bobby Conroy volta dos mortos também não é terror, chega a ser suspense, acho que foi uma das histórias que mais gostei no livro, é sobre um homem fazendo cenas de coadjuvante em um filme e nele encontra um amor de passado, muito bom e interessante.
     A máscara do meu pai chega a ser bem profundo, mas um pouco perdido, nessa história os pais de Jack vivem falando de pessoas que são cartas de baralho, acho que esse conto pode ser classificado mais como surreal devido ao pouco conteúdo, mesmo assim é uma ótima história.
     Finalmente, o último conto Internação Voluntária é o mais de terror e suspense que existe no livro, história envolvente, personagens bem elaborados e uma história surpreendente do começo ao fim, acho que o livro poderia até ter o nome desse conto.
     É, avaliando assim separadamente os contos, posso estar sendo um pouco cruel com o livro, é que os poucos contos que desagradam acabam deixando uma sensação ruim para o leitor. Mesmo assim, vale a pensa ser lido para quem quer ler histórias diversificadas e bem curtinha.

Sobre autor
     Joseph Hillstrom King, mais conhecido como Joe Hill é um escritor estadunidense de livros do gênero de ficção. É filho do também escritor Stephen King. Seu nome foi escolhido como uma forma de homenagem ao anarquista sueco Joe Hill. Em 2007, lançou um livro de terror, intitulado no Brasil de A Estrada da Noite. É também de sua autoria a coletânea de contos Fantasmas do Século XX, publicada no Brasil em 2009.
 

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